Com texto

 

Espero que este site te encontre bem. O que é estranho de dizer, porque tu é que o encontraste bem. Era só abrir um link.

Como poderás já ter reparado, eu não estou à tua frente. Portantos, de maneira que terá de ser por aqui.

E porquê, perguntas tu?

A explicação é simples. A minha caligrafia é manifestamente péssima. Pensa médico com ataques de espirro, sentado dentro de um carrinho-de-mão, que por sua vez está a ser conduzido por uma pessoa com um problema no ouvido interno. E é uma estrada de paralelo. Montada em cima de uma base gelatinosa.

Acho que é de tutti-frutti, mas já não vou lá há muito tempo.

Escrevo-te por uma razão muito importante. Às tuas mãos terá chegado uma embalagem de um dos bens mais preciosos conhecidos à humanidade.

Isso mesmo, são (quase) Mon-Chéri!

Há quem diga que gostar de (quase) Mon-Chéri é uma escolha. Eu não acho. Acho que mais do que escolhermos os (quase) Mon-Chéri para nossos companheiros, são eles que nos escolhem a nós.

Se não, vejamos.

Qualquer pessoa gosta de Ferrero-Rocher. Eu acho que é só boa imprensa. Pessoas mais simples deixam-se levar pelas tentações banais da avelã. É vê-las a alinhar pela doutrina idílica dos Ambrósios e das Senhoras. Não percebendo que se tornam assim subservientes a dinâmicas perniciosas de controlo de massas.

Mas gostar de (quase) Mon-Chéri? Nah…não é para qualquer um. É preciso ser uma casta muito especial de ser humano para gostar de (quase) Mon-Chéri.
São almas de peito aberto, com um calor na alma (provavelmente causado pela ingestão excessiva daquele licor (ou gasolina de isqueiro?)). São entidades divinas, com um exterior duro, mas justo, como o chocolate que os envolve. Um exterior que só quebra para quem nos merece. Para quem está disposto a chegar ao mais fundo do nosso ser.

À cereja. Meu Deus, a cereja. A cereja, é o nosso coração. Iguais partes mole e doce. Pronto para recompensar quem nos procura. E quem nos encontra, sabe que não há mais para onde ir. Chegou a casa.

Por isso, cara Sara. Enquanto teu irmão-(quase)-mon-cherrino, quero partilhar contigo esta experiência. Esta é a nossa altura do ano. É altura da doçura empurrar a chuva e a escuridão, nem que seja só por momento.

Que saibas sempre que pessoas como nós têm muito para dar a quem nos merece. E que exatamente por isso, quando encontramos alguém assim, temos de fazer tudo para os manter, mas sem nunca perder a nossa cereja.

Porque quem não gostar de nós, estará sempre a viver incompleto.

Cuidado com as (quase) dores de barriga!

Cumprimentos,

Eu